Como controlar e impedir manifestações negativas e desaprováveis em um ambiente de domínio público?
No texto Inteligência Coletiva de Pierre Lévy, que expressa sua visão sobre a colaboração como base para uma sociedade bem estruturada e preparada para novos desafios, Podemos observar pontos que nos despertam para um debate a respeito do avanço tecnológico, mais especificamente dos computadores e do surgimento e aperfeiçoamento da grande rede – a internet. Segundo Pierre, as redes digitais proporcionam um ambiente muito rico para interações positivas, como conferências eletrônicas, permitindo que pessoas de diversas áreas do mundo possam se comunicar e trocar experiências, acessar serviços públicos, dentre outros. No entanto, o que é importante de se analisar, é a observação pertinente que Pierre faz a respeito do mau uso destes recursos, como podemos observar em trecho do texto, quando fala sobre o uso das multimídias: “Graças às redes digitais, as pessoas trocam todo tipo de mensagens entre indivíduos ou no interior de grupos, participam de conferências eletrônicas sobre milhares de temas diferentes, têm acesso às informações públicas contidas nos computadores que participam da rede, dispõem da força de cálculo de máquinas situadas a milhares de quilômetros, constroem juntos mundos virtuais puramente lúdicos – ou mais sérios –, constituem uns para os outros uma imensa enciclopédia viva, desenvolvem projetos políticos, amizades, cooperações..., mas dedicam-se também ao ódio e à enganação”.
Esse comentário de Lévy reflete bem a dicotomia de conceitos a respeito da utilização das redes digitais. De um lado podemos vislumbrar um avanço significativo e positivo para a sociedade, facilitando a comunicação e o acesso a diversos serviços e atividades importantes, do outro vemos a manifestações de atividades que contrariam o fim positivo do uso destas ferramentas. Nesta visão podemos observar que ainda falta muito para que este uso seja de fato uma realidade estritamente positiva. Mais como controlar e impedir manifestações negativas e desaprováveis em um ambiente de domínio público?
Música (arte) e Tecnologia.
A cada novo dia a tecnologia se aproxima ainda mais de nosso cotidiano, influenciando e alterando nossa maneira de viver. Já é inevitável não viver esse novo mundo.
Mudam as formas de interação, e a tecnologia começa a se apresentar como parte de desse cotidiano, sendo sua presença impactante, alterando inclusive as manifestações artísticas.
Deste modo, é natural que o seu uso se torna cada vez mais constante e em muitas situações essenciais, tendo em vista que a sociedade, e consequentemente a cultura, estão se moldando a partir dos novos conceitos que têm surgido com os avanços tecnológicos.
A grande rede tem mudado a maneira de interação entre as pessoas. O virtual está tomando o espaço do real, é um novo ambiente está se consolidando, o Ciberespaço.
Dentro deste novo mundo, podemos temos importantes impactos causados ao espaço artístico e cultural. O homem reflete e expressa o que vive. Os artistas no passado expressavam toda a vivência de seu tempo, algo bem mais lúdico e poético. Hoje a poesia é o vocabulário tecnológico, e as produções artísticas refletem esse vocabulário.
Os ritmos, as melodias, dentre outros elementos presentes em algumas músicas representam um pouco dessa nova dimensão cultural, expressam o novo vocabulário social e as influências as quais somos submetidos e envolvidos. A música Technologic – Daft Punk – expressa bem esse novo espaço dominado pelas multimídias. Gilberto Gil, em sua composição Pela Internet, também demonstra como se dá a inclusão do homem nesse novo espaço, que tende a dominar o ambiente social, dentre outras várias produções.
O Daft Punk é atualmente um dos principais projetos de house music francês. Foi criado por dois artistas parisienses, Guy-Manuel de Homem-Christo (nascido em 8 de Fevereiro de 1974) e Thomas Bangalter (nascido em 3 de Janeiro de 1975).......
Gilberto Gil - Ele iniciou sua carreira como músico da bossa nova, mas logo começou a compor músicas que refletiam um novo foco de preocupação política e ativismo social, junto com seu parceiro Caetano Veloso. Foi Elis Regina quem lançou Gilberto Gil nacionalmente como compositor em 1967 com a gravação da música “Ensaio Geral”. Nos anos 70, Gil acrescentou elementos novos, da música africana e norte-americana, ao seu já vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda. João Gilberto gravou a música “Eu Vim Da Bahia”, de Gil, em seu clássico LP chamado João Gilberto
RESUMO – TEXTO: AS TECNOLOGIAS TÊM UM IMPACTO? - DE PIERRE LÉVY
Por: Maykon Souza
Muito se fala sobre um suposto impacto gerado pelas tecnologias à sociedade e à cultura como algo extremamente nocivo. No entanto estes comentários são questionáveis, tendo em vista que as técnicas são criadas, imaginadas e reinterpretadas pelo próprio homem, bem como o seu próprio uso o evolui, e é o que caracteriza a humanidade como tal. É inviável considerar a tecnologia como um ser autônomo, dissociado da sociedade e da cultura, pois pode ser vista como produto destas, logo, se torna impossível analisar o homem à margem de seus inventos.
Quanto à técnica, não se pode visualizá-la ou analisa-la em sentido geral, não podemos tratar seus efeitos sócio-culturais sobre esta perspectiva, pois suas implicações apresentam efeitos diferenciados no decorrer do tempo e de sua utilização. Por trás destas, agem e reagem idéias, projetos sociais, interesses diversos, logo sua interpretação não pode ser unilateral. Um exemplo desta dubiedade pode ser presenciado no desenvolvimento das cibertecnologias, que desencadeiam diversos horizontes, fato que torna difícil uma análise concreta de suas implicações sócias.
Como podemos observar, as técnicas são produtos de uma cultura, logo a sociedade é condicionada por estas. Quando tratamos do aspecto condicionante da técnica, estamos lidando com possibilidades que estas abrem, e que norteiam pensamentos sociais. Podemos então dizer que as técnicas não podem ser definidas como determinantes, pois a multiplicidade dos fatores existentes impossibilita qualquer visão neste sentido.
A evolução técnica se processa de tal modo, que se torna um desafio, até para os que a acompanham de perto, participar ativamente de suas mudanças em virtude de sua velocidade de processamento, sendo para aqueles que não participam efetivamente de sua criação, um ameaça e não um bem, pois os torna alheios a qualquer assimilação.
Neste contexto, podemos citar a importância da inteligência coletiva na apropriação de conceitos que minimizam os efeitos exclusivos impactantes sobre a visão interativa homem/técnica. Um instrumento importante na utilização da inteligência coletiva é o ciberespaço.
A inteligência coletiva que se manifesta neste ciberespaço é ao mesmo tempo um veneno para aqueles que dela não participam, e um remédio para os que estão cada vez mais envolvidos neste ambiente.
Neste Blog iremos abordar assuntos diversos concernetes à disciplin a Tecnologias Contemporêneas na Escola 1, do curso de Licenciatura em Música pela UAB/UnB. Vejamos então um breve texto referente à ementa da disciplina:
Tecnologias Contemporâneas na Escola 1
As tecnologias contemporâneas atuam para a mudança do cenário tradicional da sala de aula. O que antes era formado por um professor, um quadro, giz, caderno, lápis e alunos em fila, agora ganha uma nova configuração. Porém, muito mais do que criar novos cenários, as tecnologias interferem também no roteiro e na atuação dos atores da educação, ou seja, modifica a peformance dos professores e dos alunos.
Nessa perspectiva, os alunos não são meros expectadores de um espetáculo dirigido pelo professor, mas sim, co-autores e co-responsáveis pelo processo de aprendizagem. A questão agora é saber como estas novas tecnologias, que estão incorporadas ao cotidiano das sociedades contemporâneas, devem trabalhar para a melhoria do processo educacional. O que estudaremos nesta disciplina são alguns aspectos dessa questão.
Este Blog será utilizado como ferramenta de divulgação das experiências adquiridas, bem como dos conteúdos e trabalhos apresentados na disciplina Tecnologias Contemporâneas na Escola 1 - TCE1_2s, Curso de Licenciatura em Música pela UAB/UnB 2009.
